Em "A Semente do Mal", Michael Winnick recupera o terror clássico da maternidade, explorando não só o medo do desconhecido, mas também a ansiedade face ao controlo masculino e à vulnerabilidade feminina. O suspense instala-se devagar, numa atmosfera densa de pressentimento, transformando este “slow burn” numa experiência tão tradicional quanto eficaz. Apesar de navegar por territórios familiares do terror sobrenatural e das histórias de possessão, "A Semente do Mal" consegue distinguir-se pelo rigor com que constrói cada susto, sempre bem colocado, fazendo-nos duvidar do que é real e mantendo o espetador num estado de constante alerta. É um filme que, embora assente em fórmulas conhecidas, sabe quando puxar o tapete, proporcionando arrepios genuínos. Pode não reinventar o género, mas oferece uma viagem arrepiante pelo lado negro da maternidade e do medo primordial do desconhecido.