Tiago “Ramon” Santos assina um thriller psicológico denso e inquietante, que desafia o espetador a habitar o espaço mental de uma personagem em ruptura, interpretada com entrega total por Rafael Lopes. A performance é física, intensa e quase ritualística, conduzindo-nos por uma espiral de alucinação e sofrimento silencioso. Com um olhar provocador sobre o preconceito, o filme nunca oferece explicações fáceis, apenas imagens, texturas e emoções à flor da pele. A direção de arte minuciosa e os figurinos meticulosamente escolhidos acentuam o desconforto e reforçam o tom claustrofóbico. No final, não sabemos exatamente o que vimos, mas sentimos tudo.