Uma fábula de vingança em carne viva, “Sayara” arranca a pele ao subgénero "rape-revenge" e cospe-lhe sangue e fúria na cara. Can Evrenol substitui o voyeurismo por uma raiva justa e implacável, encarnada numa anti-heroína que transforma o luto em força bruta. Duygu Kocabiyik domina o ecrã com uma intensidade devastadora, guiando-nos por um percurso de justiça crua e sem misericórdia, em que cada combate é um acerto de contas simbólico. Brutal, estilizado e carregado de simbolismo político, “Sayara” não pretende entreter, mas sim marcar. E fá-lo a sangue frio.