Guilherme Branquinho transforma o simples ato de procurar um lugar para estacionar num exercício de puro desespero e tensão crescente. Numa madrugada silenciosa em Campo de Ourique, um condutor vê-se preso num ciclo infinito, onde cada volta ao quarteirão é mais sufocante que a anterior. Com uma realização precisa e movimentos de câmara hipnóticos, "Vórtice" captura um estado de angústia quase metafísica, equilibrando humor absurdo com um crescendo de paranoia. São poucas as obras que conseguem transformar algo tão banal numa experiência digna de "A Quinta Dimensão", deixando o espetador preso ao seu próprio labirinto de interpretações.