"Possum", de Matthew Holness, é um pesadelo sufocante que parece ter sido arrancado das profundezas da mente de David Lynch, contaminado pela repulsa corporal de David Cronenberg e mergulhado na miséria emocional de Mike Leigh. Não se trata de um filme de sustos fáceis, mas de um estudo do terror psicológico em que o trauma se enraíza no corpo e na alma, tal como em "Spider", de Cronenberg. Entre o silêncio opressivo, a decadência visual e um boneco grotesco que parece ter saído diretamente do pior dos delírios febris, o filme de Holness é um mergulho angustiante na escuridão humana, onde a verdadeira monstruosidade pode não ser aquilo que rasteja na sombra... mas aquilo que nunca conseguimos enterrar.