Pascal Plante criou este thriller gélido e corajoso sobre violência e obsessão, onde o verdadeiro terror está na sugestão — e na forma como nos torna cúmplices de atrocidades escondidas na dark web. "Red Rooms" desmonta a cultura dos fãs de crimes reais e a ténue linha que separa a curiosidade mórbida do fascínio perigoso, acompanhando a espiral obsessiva de uma desconhecida por um assassino em série. O brilhante estilo visual de Plante, com a sua paleta fria e quase desbotada, amplifica a inquietação: a verdade, neste filme, não só é insuportável como se torna irrelevante. Gariépy e Babin oferecem interpretações intensas num duelo de emoções reprimidas, enquanto Plante constrói tensão sem recorrer a clichés ou a violência gráfica explícita. "Red Rooms" é um estudo cerebral e perturbador sobre o fascínio pelo mal — daqueles filmes que continuam a assombrar-nos muito depois de terminarem.