Sombrio, enigmático e orgulhosamente ilógico. Na sua primeira longa-metragem, Michael Felker revela uma sofisticação rara ao criar um thriller de ficção científica requintado, claustrofóbico e emocionalmente carregado. A abordagem engenhosa à tecnologia e às reviravoltas narrativas é compensada por uma maturidade emocional surpreendente, tornando este filme num objeto peculiar e fascinante. Apesar do orçamento reduzido, Felker consegue fazer muito com pouco: o minimalismo espacial e o elenco reduzido nunca limitam a sua ambição. O universo criado é próprio e plenamente explorado, refletindo uma visão coerente e autoral. Mesmo quando o equilíbrio entre o conceito elevado e a componente humana vacila, "Tudo Será Diferente" mantém-se sempre intrigante, amalgamando emoção e especulação cerebral com confiança. Mais do que um cartão de visita promissor, é um convite para acompanhar um realizador que desafia expectativas e toca tanto o coração como a mente.