Desde que a internet existe, também existem filmes sobre a internet — mas poucos a compreenderam com a clareza e sensibilidade de Jane Schoenbrun. Será cedo demais ou um exagero chamá-lo de um dos retratos mais perspicazes da era digital? Talvez. Mas poucos ousaram mergulhar com tamanha subtileza no terreno nebuloso da identidade online. Parte ensaio sobre os rituais digitais partilhados, parte estudo íntimo sobre o isolamento e o autoconhecimento através do ecrã, "Vamos Todos à Exposição Mundial" opera numa zona cinzenta entre ficção, performance e documento. A magia está na recusa de Schoenbrun em oferecer explicações fáceis, preferindo encarar a internet como um espaço profundamente ambíguo — simultaneamente libertador e alienante, criativo e destrutivo. Uma jornada hipnótica e melancólica, na qual a raiva adolescente, a solidão e o desejo de pertença se cruzam com o terror mais íntimo — aquele que cresce dentro de nós quando já não sabemos quem somos.